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Um esporte para poucos

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

O UFC terminou sua programação para o mês de junho no último sábado, dia 27, com o evento UFC Vegas 4. No main event, se enfrentaram dois dos melhores pesos leves do planeta, o ex-campeão interino Dustin Poirier e o neozelandês Dan Hooker. Com os dois atrás de uma disputa de título, o resultado foi, talvez, a melhor luta do ano.

Dan Hooker (de calção cinza) acerta um jab em Dustin Poirier (de calção preto).

Foto: UFC/Reprodução


Os dois lutadores demonstraram um queixo de aço e uma perseverança inexplicável para seguirem no combate. Ao final, um único vencedor, mas ambos ganharam admiração de todos que acompanham o esporte. Não é todo mundo que aguenta 25 minutos em alto nível, sem diminuir o ritmo.


Lutas como a vista no último sábado só mostram como atletas de MMA são diferentes de qualquer outro ser esportista. Não necessita só ter talento, é necessário ter a mentalidade de nunca desistir ao ser confrontado com adversidades, estar disposto a colocar seu corpo em jogo só para alcançar os objetivos. A perfeita mistura entre preparo físico, explosão e resistência.


É graças a combates assim que o MMA é incrível e é assim que se descobre quem está pronto para o maior nível possível. Nenhum dos dois pôs o pé atrás ou se deu por vencido, eles se encontraram no meio do octógono e trocaram até o final do cronômetro. A luta teve de tudo: técnica da maior qualidade, reviravoltas, trocação franca. O que mais se poderia pedir? No final, a única coisa a se fazer era aplaudir.


A peleja era de suma importância para ambos os lutadores. Para Poirier, era voltar ao caminho das vitórias após a derrota para Khabib Nurmagomedov na unificação dos títulos da categoria no UFC 242, em setembro de 2019. Uma derrota para Hooker significaria dar adeus ao cinturão por um bom tempo.


O americano está no UFC há quase 10 anos e nunca teve derrotas consecutivas, um feito quase impossível na maior organização no planeta e por tanto tempo. Por isso, foi tão merecido e emocionante vê-lo conquistar o cinturão interino contra Max Holloway no UFC 238, em junho do ano passado.


"The Diamond", como é apelidado, derrotou tantos atletas de altíssimo nível como os ex-campeões Anthony Pettis e Eddie Alvarez, e atuais campeões como Justin Gaethje, na sua caminhada pelo cinturão. Por mais que tenha sido satisfatório, como o mesmo Poirier falou, ele só conquistou o cinturão interino, infelizmente perdeu no momento de unificar. Com a oportunidade de ter o título linear, ele ainda tem muito o que fazer no esporte.


Hooker, ao contrário de Poirier, nunca sentiu o gosto de possuir um título ou até mesmo de lutar por um. Considerado um lutador mediano por boa parte de sua carreira, o neozelandês mudou isso a partir de 2017, quando subiu para os leves e engatou quatro triunfos seguidos. Após uma derrota para Edson Barboza em dezembro de 2018, "The Hangman", como é chamado, venceu três em sequência e finalmente entrou no top 5 da categoria.


Com sete vitórias em suas últimas oito lutas, somente duas por decisão, a confiança de Hooker estava lá no alto, tanto que chegou a falar que, após vencer Poirier, ele não teria que desafiar ninguém e sim ser desafiado. Com a mentalidade que ambos lutadores se encontravam, um disposto a voltar a lutar pelo cinturão e o outro atrás da primeira oportunidade, era quase impossível ser uma luta ruim.

Poirier acerta um jab em Hooker. Foto: Chris Unger/Zuffa LLC


A luta ultrapassou o esperado e maravilhou a todos. Com Hooker melhor nos dois primeiros rounds, foi surpreendente ver Poirier sobreviver ao segundo. O segundo assalto, por sinal, pode ser considerado um dos melhores rounds da história do MMA. O americano mostrou um melhor preparo físico e determinação de um veterano, venceu os últimos três assaltos e ganhou por decisão.


Uma luta dessas só mostra como não se dá o devido valor aos lutadores. Eles são o mais perto de super heróis da vida real e é necessário que o público se dê conta disso. Afinal, não é todo mundo que tem como emprego levar soco na cara e poucos possuem a coragem de seguir essa carreira.

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