top of page
fundo%20do%20blog_edited.jpg

Um diamante lapidado desde 2014

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

O dia é 27 de setembro de 2014. O carismático Conor McGregor pela primeira vez enfrentará um oponente no top 5 da categoria dos penas. O irlandês, que até aquele momento impressionava a todos com uma personalidade cativante e o jeito de mobilizar multidões, teria o grande teste para provar que era tudo aquilo que falava. O oponente escolhido? Dustin Poirier. O americano de Lafayette, na Louisiana, era conhecido por se envolver em verdadeiras guerras e sempre dar a volta por cima em lutas.

Dustin Poirier se recuperou de diversos obstáculos na carreira para se tornar o melhor peso leve do mundo. Foto: UFC/Reprodução


Com apenas 26 anos, Poirier virou uma presa fácil para os jogos mentais do irlandês. Com a utilização do típico trash talk que McGregor é conhecido por fazer, ele entrou na cabeça do americano de um jeito que o próprio Dustin admitiu que era a primeira vez que odiava e queria machucar o adversário. Entretanto, a história foi diferente. Transtornado com as besteiras que o Conor falava e nervoso pela magnitude que a luta tinha, ele sucumbiu com menos de dois minutos e foi nocauteado.


Esse é o momento que ligará as carreiras dos dois para sempre. Depois da vitória, Conor continuou a ascensão meteórica para o topo do MMA. Ele se tornou o primeiro detentor de dois cinturões ao mesmo tempo e se firmou como a maior estrela na história do esporte. Enquanto "The Diamond" ("O Diamante" em português) mudou tudo, decidiu subir de categoria e começou a escalada para ser um top da divisão dos leves. Depois de alguns obstáculos ao longo do caminho, ele se consolidou como um dos melhores do mundo em 2019.


Por mais que estejam agora no mesmo patamar e na mesma situação na divisão dos leves, a jornada dos dois para esse momento não podia ser mais diferente. Quando Conor se tornou campeão da categoria em novembro de 2016, Dustin tinha acabado de perder para Michael Johnson por nocaute, o que foi a primeira derrota dele no novo peso. Desde então, McGregor só tinha lutado duas vezes no MMA e uma vez no boxe, contra Floyd Mayweather, um dos melhores boxeadores da história. Enquanto o americano entrou no octógono sete vezes.


Dustin teve que escalar a divisão muitas vezes. Teve diversos obstáculos para concretizar o que todos viram no último sábado. Enquanto o irlandês estava inativo e recebendo disputas de cinturão sem merecer, o americano batalhou por tudo o que conseguiu. Podemos dizer que Poirier mudou mais desde 2014 do que Conor. Ambos amadureceram como competidores, se tornaram pais e sabem da importância que possuem para ajudar a família.


A diferença entre eles é dentro do octógono. O amadurecimento do americano foi visto lá dentro. A determinação que ele mostrou em cada combate para alcançar seus objetivos. Eventualmente ele conquistou o cinturão interino, mas não é o suficiente. Como o próprio Poirier falou em entrevistas na semana passada, a maior luta da carreira dele sempre será quando ele conquistar o título, não importa se o confronto contra McGregor seja o maior em questões comerciais.


No final de contas, Poirier só estava mais preparado para a luta do que o irlandês. Uma coisa é treinar, outra é competir. Esse esporte não perdoa quem fica tanto tempo longe dele. A modalidade evolui todo ano cada vez que novos golpes aparecem e são utilizados com mais frequência. No caso do combate de sábado, McGregor nunca tinha sido atingido por um chute na panturrilha. Isso o pegou desprevenido e depois de mais alguns, a perna direita não servia mais para nada.


O americano aguentou os melhores golpes de McGregor e simplesmente destruiu as pernas do irlandês aos poucos. Ele retirou a mobilidade e a confiança dentro do combate cresceu a cada chute que conectava. Quando sentiu que era hora de aproveitar da situação, encurralou o machucado Conor na grade e soltou os socos. A grande surpresa veio no final: o melhor boxeador acabou nocauteado com a sequência decisiva com os punhos.

Na imagem de cima, o resultado da primeira luta em 2014. Embaixo, o resultado do combate de sábado. Foto: UFC/Divulgação


Assim como é o seu apelido, Dustin é um diamante que foi lapidado durante todos esses anos para alcançar o nível que está agora. Enfim, nem sempre o melhor é quem brilha antes, é quem, apesar das adversidades, consegue levantar e seguir em frente. O combate em 2014 foi o início para os dois, mesmo que o resultado da luta tenha sido magnífico para um e desastroso para o outro. O irlandês alcançou o topo do mundo e se contentou, enquanto Poirier está atrás do topo e quer ainda mais.

119 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


© 2023 por Nome do Site. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page