São 13 vitórias seguidas. Treze. A segunda maior sequência da história da organização, só atrás de Anderson Silva, que engatou 16 entre 2006 e 2013. Kamaru Usman continua a dominar a divisão dos meios-médios como nunca vimos desde o fim do reinado de Georges St-Pierre em novembro de 2013. Já são três defesas de título contra os desafiantes mais perigosos que ele tinha para enfrentar. Afinal, quão longe o nigeriano pode chegar?
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Usman derrotou Gilbert Durinho no UFC 258 no último sábado, dia 13.
Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC
A trajetória de dominância do nigeriano na categoria começou em julho de 2015, quando ganhou o The Ultimate Fighter. A partir daí, ele precisou engatar uma sequência de seis vitórias até conquistar a chance de enfrentar um nome ranqueado da divisão. Um desses triunfos veio com outro futuro top dos meios-médios, o inglês Leon Edwards. Assim que finalmente entrou no top 10, Usman venceu facilmente Demian Maia e Rafael dos Anjos para receber uma chance pelo cinturão.
Uma das principais críticas a Usman era o fato dele lutar em um estilo bem monótono e sem se arriscar tanto. Essas performances eram consideradas chatas por muitos fãs e até para o presidente do UFC, Dana White. Entretanto, não se pode negar o valor de alguém que ganha tantos combates seguidos e lhe foi dada a chance para se provar contra a elite. E como ele provou.
Usman enfrentou o campeão Tyron Woodley no UFC 235, em março de 2019. Num confronto que todos esperavam ser bem competitivo pelo jogo similar entre os dois, o nigeriano controlou do início ao fim com o clinch sufocante e quedas precisas. Aliás, ele foi quem expôs Woodley e mostrou a estratégia correta para derrotar o ex-campeão, que desde então perdeu mais duas lutas de forma parecida.
Depois de se tornar campeão, a parte mais difícil viria: se manter com o título. As três defesas foram contra desafiantes dificílimos, cada um com especialidades e circunstâncias diferentes. Primeiro veio Colby Covington com o trash talk e o jogo de pressão. A seguir, Jorge Masvidal com um boxe perigoso e entrando com seis dias de antecedência. Por último, as mãos pesadas e o jiu-jitsu afiado do companheiro de treinos, Gilbert Durinho. Três testes duros que Usman conseguiu passar com propriedade.
A pergunta que fica é a seguinte: o que vem a seguir? Não existe um desafiante claro para o título no momento. Todos os nomes têm um asterisco do lado, ao contrário dos últimos três que enfrentou. O principal adversário comentado é Leon Edwards, o mesmo que Usman enfrentou no começo da carreira no UFC. Desde então, Edwards engatou a própria sequência e venceu oito lutas. Porém, o inglês não luta desde julho de 2019 e não possui vitórias sobre ninguém no atual top 10 da divisão.
Um nome que o próprio Usman pediu para enfrentar no próximo combate é o de Jorge Masvidal. Mesmo que os dois tenham se enfrentado recentemente, a luta foi muito comprometida pelo fato de que Masvidal não treinou e a pegou de última hora, substituindo Gilbert Durinho. O nigeriano quer derrotar o cubano com um "training camp" (preparação para um confronto), para que não tenha desculpas. É uma ideia interessante, principalmente em termos financeiros, mas é justo alguém disputar o cinturão vindo de derrota?
Alguns outros nomes estão na lista como Colby Covington e Stephen Thompson. Entretanto, Covington já enfrentou Usman recentemente e foi nocauteado. Além disso, o UFC deu a entender que o americano precisa vencer mais algumas lutas antes de disputar o título novamente. Enquanto Thompson já lutou pelo cinturão duas vezes na carreira e é utilizado mais como um teste para jovens promissores.
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Usman (de verde) na luta que se tornou campeão contra Tyron Woodley no UFC 235, em 2019. Foto: Reprodução/Instagram
Esse é um ponto que impressiona. A divisão dos meios-médios é vista como uma das mais recheadas de talento no UFC, mas o campeão é tão dominante que nem sabemos quem pode enfrentá-lo em seguida. Usman é um lutador técnico, forte e com condicionamento físico incrível. Além disso, ele evolui a cada combate. É difícil prever o futuro, mas o nigeriano tem chances de alcançar Georges St-Pierre como melhor de todos os tempos na categoria. Aliás, se soubéssemos o futuro, todos buscariam saber quem é o próximo na trajetória do campeão.
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