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Quão bom é Max Holloway?

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

O ano de 2021 é de respostas para muitos questionamentos no mundo do MMA. Uma das principais se encontra na divisão dos penas do UFC. Atualmente reinada pelo australiano Alex Volkanovski, ela era dominada pelo havaiano Max Holloway até dezembro de 2019. Mesmo tão novo e com poucas defesas no seu tempo como campeão, muitos já o davam como o maior da história na categoria, com o principal defensor disso sendo o comediante e comentarista da organização, Joe Rogan.

Max Holloway após sua vitória no último sábado, dia 16. Foto: Mike Roach/Zuffa LLC


Por mais que essa discussão seja um pouco sem noção, na minha visão, Holloway mostrava que poderia se tornar o GOAT. Naquela época e atualmente, todos sabemos quem é o maior peso pena. O nome dele é José Aldo. Mesmo com derrotas decisivas nos últimos anos para Conor McGregor e para o próprio Holloway, Aldo dominou a divisão por anos e defendeu o título nove vezes no WEC e no UFC.


O ponto do texto não é discordar dessa noção, porque, naquele momento, Holloway estava em direção a isso. No entanto, as duas derrotas para Volkanovski interromperam isso. Mesmo que ambas as lutas tenham sido super apertadas e existam vários pontos para o havaiano ter vencido, perder para alguém duas vezes e no ponto alto da carreira coloca em dúvida seu status.


Para resumir, eram muitas as dúvidas sobre Holloway em relação a luta do último sábado. As costas dele estavam prensadas contra a parede, pois todo lutador sabe como é difícil receber outra oportunidade pelo cinturão quando já possui duas derrotas para o campeão. Além disso, ele iria enfrentar uma promessa disposta a provar para todos que podia ser um futuro detentor do título. De alguma forma, Max era uma prova para vermos se Kattar era tudo isso.


Esse é o problema. No momento em que você se torna um mero obstáculo para atletas mais jovens provarem o lugar deles na divisão, sua carreira está perdida. Não existe mais objetivo profissional. Por isso a pressão sobre Holloway era imensa, ele tinha o status e a visão do mundo do MMA sobre ele em jogo. Se ele perde, se torna um "gatekeeper" (gíria em inglês que quer dizer alguém que figura entre os tops da categoria, mas é um teste para promessas).


Calvin Kattar é um ótimo lutador. Mãos rápidas e pesadas. Possui uma técnica muito boa de boxeador para o MMA. Muitos viam como uma luta complicada. Porém, foram necessários apenas 60 segundos para percebermos a diferença entre os dois atletas. Isso foi uma surpresa para todos, pois Holloway é conhecido por começar num ritmo mais lento os combates e apertar o passo ao longo do tempo. Ele é conhecido como rei do terceiro round porque é geralmente quando os oponentes desabam graças a constante pressão e o número alto de golpes.


O Holloway que víamos geralmente apertava o passo no terceiro round em outras lutas, nesta já apareceu no primeiro assalto. Foi uma verdadeira aula do segundo inicial ao último. Kattar não suportou a grande variação nos ataques e, principalmente, o volume absurdo de golpes. Imagino que a sensação é como se estivesse se afogando ou preso na areia movediça. Com o passar tempo, a energia de Calvin diminuía enquanto o havaiano parecia não estar nem um pouco cansado.


No final das contas, Holloway venceu por decisão e por muitas vezes durante o combate, conversou com os comentaristas, que estavam ao lado do octógono, ao mesmo tempo que golpeava o adversário. Não foi nem um pouco competitivo e a única coisa que impediu a luta de ser interrompida foi o coração e a garra de Kattar, pois por muitas vezes ele estava acabado.

Holloway (luvas vermelhas) golpeia Kattar (luvas azuis). Foto: UFC/Reprodução


Se lembra da discussão sobre quem é o maior peso pena da história? Holloway até pode estar longe de ser o maior, mas será que ele é o melhor? O mais talentoso? Aldo era impressionante em seus tempos de WEC, mas tem algo especial nas performances do havaiano. Nos combates contra o próprio brasileiro, Max demonstra uma técnica e um nível tão alto que poucos atletas já mostraram.


Ser o maior e ser o melhor são coisas diferentes. Aldo até pode ser o maior, mas dá para perceber como Holloway é diferente tecnicamente do brasileiro. E com apenas 29 anos, o que é o mais assustador. Ele ainda é novo e tem um caminho inteiro pela frente. Esse ainda não é o melhor Max Holloway. É isso que surpreende. Aí que nos perguntamos: quão bom ele é?


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