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Quão bom é Israel Adesanya?

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

Sempre que uma nova luta do campeão dos médios do UFC, Israel Adesanya, se aproxima, o questionamento é o mesmo: qual versão aparecerá? Será o Adesanya aniquilador, assim como nos confrontos contra Paulo Borrachinha, Robert Whittaker e Alex Poatan, ou o mais metódico, como foi visto contra Yoel Romero, Marvin Vettori e Jared Cannonier?

Israel Adesanya comemora depois de derrotar Alex Poatan, em abril deste ano. Foto: Getty Images


Não me leve a mal, eu amo assistir o nigeriano lutar. Entretanto, ele demonstrou uma tendência de performar num ritmo mais lento e, às vezes, monótono em algumas de suas lutas. Porém, seria injusto colocar a culpa toda sobre ele. Nesses combates, os adversários ficaram muito na defensiva e poucas vezes deram chance para o campeão aproveitar e golpear.


As comparações entre Israel Adesanya e Anderson Silva são feitas o tempo todo. Ambos são strikers longos e os maiores pesos médios da história da organização. Além disso, os dois sempre tiveram uma inconstância no nível de empolgação durante suas lutas. O que quero dizer com isso? Pegarei o reinado do brasileiro como exemplo.


Durante a sequência invicta de Anderson Silva no topo da categoria dos médios, ele ficou conhecido por fazer as lutas parecerem fáceis e sempre terminá-las com um jeito incrível. Porém, existiram também os combates que o "Spider", apelido do brasileiro, levou em banho-maria. O maior exemplo disso foram os confrontos contra Thales Leites e Demian Maia.


Essas performances do brasileiro lembram muito as de Adesanya, principalmente no sentido que os adversários de ambos não os atacaram e esperaram os campeões irem para cima. Então, ninguém mostrou urgência, o que causou confrontos monótonos e sem emoção. Outra semelhança é o fato que essas atuações vieram contra desafiantes considerados mais fracos tanto para o nigeriano quanto para Anderson.


O que pesa contra o Israel Adesanya é a quantidade de performances como essa. Enquanto Anderson teve três lutas "chatas" na lendária sequência entre os anos de 2006 e 2013, Adesanya já conta com quatro, sendo que ele tem um número menor de combates comparado ao brasileiro.

Israel Adesanya comemora depois de derrotar Alex Poatan, em abril deste ano. Foto: Getty Images


O nigeriano está certo ao citar que é o dever do desafiante atacar e o impor perigo, porém sabemos que Adesanya pode muito mais do que somente esperar e sentar numa vitória fácil. Assim como com Anderson, a frustração vem de todos saberem que ele pode massacrar seus adversários, mas escolhe por não fazê-lo.


Outro ponto que pesa contra o nigeriano é o nível atual da divisão. Infelizmente, a diferença entre Adesanya e o resto dos médios é gigantesca. É difícil olhar para o ranking da categoria e ver alguém que possa dar trabalho para o campeão. Para ser sincero, eu não vejo ninguém com capacidade de o derrotá-lo no momento. O único entretenimento atual é um confronto contra Dricus Du Plessis, por todo o trash talk entre os dois, mas ainda assim "Stylebender", apelido de Israel, está significantemente à frente.


No entanto, temos um ponto importante que diferencia o momento atual para os confrontos monótonos do último reinado do nigeriano. Adesanya vem de uma vitória incrível sobre Alex Poatan, em abril deste ano, onde ele finalmente conseguiu derrotar o seu bicho-papão e tirar esse peso das costas de tantos anos. Com isso, eu imagino que ele venha mais leve e com mais fome de nocautear os adversários. Acredito que ele estará mais preocupado em dar um show para o público e provar a sua superioridade do que defender o título de uma maneira protocolar.


Além disso, a diferença entre ele e Anderson Silva cai a cada vitória. A tarefa é difícil, mas se mantiver um nível espetacular e massacrar os desafiantes, é possível que comecem a ver Israel Adesanya como o maior peso médio da história. O foco não pode ser mais em se manter campeão, mas sim em aumentar o legado.


A luta do próximo sábado, dia 9 de setembro, é a prova que teremos para saber se é um Adesanya preocupado em legado ou com cinturão. Pois é o cenário perfeito para um combate monótono assim como contra Vettori e Cannonier. Com todo respeito a Sean Strickland, mas é um confronto contra um desafiante de um nível mais fraco, que o nigeriano costuma performar de um jeito mais monótono.

Israel Adesanya e Sean Strickland tiveram desavenças na conferência de imprensa pré-UFC 276, em julho de 2022. Foto: MMA Junkie


Por isso, a noite de sábado na Austrália é uma incógnita para mim. Será que Adesanya se livrou do medo depois de vencer o bicho-papão em sua última luta? Ou será que o campeão voltará ao hábito de performar em banho-maria? Há alguns anos, eu escrevi um texto sobre como o nigeriano pagou por "ousar ser grande" quando perdeu para Jan Blachowicz em 2021. Desde então, "Stylebender" lutou contra o destino, exorcizou demônios e alcançou a grandeza. Agora só basta decidir qual será o seu legado.

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