Sempre que estamos na época do Réveillon, as pessoas param para refletir e olhar para tudo que aconteceu no ano que chegou ao fim e pensam sobre as expectativas para o que começou. O ano de 2020 tem relação direta com as palavras aprendizado e adaptações. Também foi um ano cheio de polêmicas, mas que consolidou o UFC como uma das maiores organizações esportivas do planeta e o MMA como um dos esportes mais assistidos.
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O brasileiro Deiveson Figueiredo é considerado por muitos como o lutador do ano de 2020.
Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC
Essa consolidação tanto do UFC quanto do MMA se deve principalmente a uma aposta ousada e controversa feita por Dana White. Quando o mundo esportivo estava totalmente parado, o presidente da organização foi o primeiro a assegurar que a companhia voltaria. Depois de quase dois meses sem eventos, o UFC 249 aconteceu no dia 9 de maio, quando nenhum outro esporte sequer começava a se preparar para voltar.
Isso colocou o UFC no centro dos esportes e como diz o ditado: "não existe boa ou má publicidade, só existe publicidade". Dana White utilizou o cenário para encaixar um papel de salvador e de herói contra as "forças do mal", que seriam a imprensa, na visão dele. Não se pode negar o incrível trabalho que a organização fez para manter a saúde de todos nos eventos e temos que aplaudir o fato de nenhum funcionário foi demitido.
Porém, os jornalistas fizeram o papel necessário que era de questionar a volta, afinal estávamos no auge de uma pandemia. White não conseguiu raciocinar e viu todos como "inimigos que não queriam ver a organização ter sucesso". A cereja no bolo foi um vídeo postado pelo presidente do UFC em dezembro, no qual mostra diversos jornalistas, personalidades do entretenimento e da luta que criticaram a volta do esporte com uma narração dele atacando a imprensa.
A situação toda foi muito política também, já que o presidente dos Estados Unidos naquele momento, Donald Trump, defendia que o país não podia parar por causa da pandemia. Dana White, como grande apoiador do agora ex-presidente, quis utilizar a organização como exemplo das palavras de Trump.
O UFC transformou uma situação completamente adversa em um ano repleto de recordes para a organização. Além disso, a deixa preparada para os próximos meses já que a pandemia não parece ter um fim iminente. Outras organizações podem tê-lo como exemplo e tentarem imitá-lo, mas claro que numa escala menor. O Bellator vê o ano de 2021 como o de encurtamento da distância para o UFC. Pela primeira vez em anos, a companhia de Scott Coker pode dizer que tem atletas melhores em certas divisões.
O que 2020 fez muito bem foi plantar as sementes para um ótimo 2021. No UFC, temos a volta de Conor McGregor já no início do ano, no dia 23 de janeiro. Já a Professional Fighters League (PFL), se preparaa para a volta depois de não ter eventos no ano passado. Enquanto o Bellator, conclui o grand-prix dos pesos pena com o vencedor levando um milhão de doláres para casa.
Isso é só o que está na superfície para cada organização. Em 2021, ainda teremos a estreia de Jon Jones nos pesados, um duelo entre campeões (Blachowicz x Adesanya) e o retorno de atletas importantes que pouco lutaram em 2020 como Zhang Weili, Kamaru Usman e Amanda Nunes. Além disso, o UFC trocará o material esportivo pela primeira vez desde 2015. Sairá a polêmica Reebok e entrará a Venum, com isso talvez os lutadores recebam mais em relação ao que ganhavam da futura ex-patrocinadora.
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A revanche entre Dustin Poirier e Conor McGregor será a primeira grande luta do ano de 2021. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC
Enfim, é hora de deixar 2020 para trás e olhar para frente em 2021. Mesmo que o cenário não tenha mudado tanto graças à pandemia e à falta previsão sobre quando isso acabará, ano passado foi repleto de aprendizados e pressionou o esporte a se adaptar aos novos tempos. Apesar das polêmicas, o MMA continua como a modalidade que mais cresce no mundo e as expectativas para o ano que acabou de começar não poderiam ser melhores.
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