O UFC prepara a estreia da "Ilha da Luta" no próximo sábado, dia 11 de julho, com o UFC 251 diretamente da Yas Island, Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Com um card recheado de grandes lutas e capitaneado por três disputas de cinturão, o provável combate mais interessante da noite será entre o russo Petr Yan e a lenda brasileira José Aldo, pelo título vago dos galos.
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José Aldo em sua última luta contra Marlon Moraes no UFC 245. Foto: UFC/Reprodução
A história dessa luta é confusa. Originalmente, Aldo enfrentaria o campeão da categoria, Henry Cejudo, no UFC 250, que aconteceria em São Paulo. Devido a pandemia do coronavírus, o evento foi cancelado e Cejudo encarou o ex-campeão Dominick Cruz no UFC 249, pois o brasileiro não poderia ir para os Estados Unidos por problemas com o visto.
A situação ficou mais complicada quando Cejudo derrotou Cruz e logo depois anunciou sua aposentadoria. Por causa disso, Petr Yan entrou na conversa. Yan era considerado o desafiante número um da categoria por muitos, mas Aldo furou a fila graças à sua popularidade, mesmo com uma derrota em sua última luta.
O UFC resolveu tudo ao anunciar a luta entre Yan e Aldo para o UFC 251 e pelo cinturão vago da categoria. Mesmo com a reclamação de muitos no mundo do MMA, José Aldo lutará pelo título e poderá fazer história ao ser campeão em uma segunda divisão em sua carreira. Algo que elevará o status lendário da carreira do brasileiro.
Por mais que muitos reclamem do title shot dado ao brasileiro, não tem como não se sentir bem se Aldo conquistar o cinturão no sábado. Desde a derrota para Conor McGregor, em dezembro de 2015, a carreira do proclamado "rei do Rio" foi recheada de altos e baixos. Muitos, infelizmente, diminuem as suas conquistas e quase esquecem de tudo que ele já fez.
É incrível como uma noite ruim e somente 13 segundos podem mudar a carreira de um lutador e como ele é visto no mundo do MMA. Não podemos negar que Aldo sentiu a pressão do momento e deixou as emoções falarem mais alto contra McGregor. Ele errou e foi pego com um soco certeiro no queixo. Isso é o MMA, mas "Scarface", como também é apelidado, paga pelo erro desde então.
Em todas as lutas em que compete ou vá competir, ele é constantemente lembrado daqueles 13 segundos. Como se nenhuma das lutas dos 10 anos em que ele esteve invicto, existissem mais. A cada combate ele entra com uma pressão de fazer com que o público esqueça a peleja contra o McGregor e, ao mesmo tempo, lembre do Aldo das antigas.
É claro que o Aldo não é nem um pouco o mesmo lutador que dominou os penas entre 2010 e 2015, mas ele continua a ser uma lenda do esporte e o maior peso pena da história. Com todo o respeito ao ex-campeão Max Holloway, mas é triste ver muitos lhe chamarem de "GOAT" ("Greatest of All Time", em português "Melhor de Todos os Tempos") da categoria.
Holloway tem tudo para se tornar o maior da história na divisão, mas até o momento ele não tem os números que Aldo possui. O brasileiro defendeu o título sete vezes, se contar as defesas no World Extreme Cagefighting (WEC, uma extinta organização que foi comprada pelo UFC/Zuffa LLC), são nove. Enquanto o havaiano somente defendeu três vezes quando foi campeão.
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Aldo emocionada após derrotar Jeremy Stephens, em julho de 2018, depois de ficar dois anos sem vitória. Foto: UFC/Reprodução
O argumento utilizado por muitos para defender que Holloway é maior são as duas vitórias que ele tem sobre o brasileiro. Os triunfos sobre Aldo foram quando o "Scarface" estava bem longe do pico da carreira, já bem desgastado de guerras que tiveram efeito sobre o corpo dele. Além disso, o ponto é falho, pois você derrotar o maior da história não o torna instantaneamente o "GOAT". Exemplo: Chris Weidman derrotou Anderson Silva duas vezes, mas isso não o fez o maior peso médio.
O que mais entristece é quando o próprio comentarista do UFC, Joe Rogan, fala que não existe dúvida e já é um consenso que Holloway é o maior peso pena da história. Aldo merece mais respeito e ser reconhecido como o "GOAT" até alguém superar suas conquistas e tempo de dominância.
A satisfação de ver Aldo conquistar o cinturão sábado a noite será grande, ele merece lembrar a todos da grandeza que possui. Então tomara que o brasileiro entre com a mesma energia de seus anos de ouro e tome conta do octógono. Quando a música "Run This Town", de Rihanna e Jay-Z, tocar e anunciar a chegada do "Rei do Rio", ele subirá ao topo novamente.
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