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O futuro dos meios-pesados sem Jon Jones

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

Atualizado: 10 de set. de 2020

Após 12 anos, Jon Jones não irá mais aterrorizar a categoria dos meios-pesados. Desde 2008, ele esteve envolvido em tudo da divisão, seja como promessa, desafiante, campeão ou ex-campeão. Até quando ficou um grande período fora, o nome dele sempre estava na conversa pois era claro que voltaria. Agora, o cenário é diferente. Foi Jones quem renunciou ao título. Não foi o UFC ou a USADA que retiraram o cinturão. Pela primeira vez em anos, o peso não terá o seu maior nome.

Jones em sua última luta nos meios-pesados contra Dominick Reyes no UFC 247, em fevereiro. Foto: UFC/Divulgação


Desde a vitória de Francis Ngannou no UFC 249, Jones estava muito interessado em subir para os pesados. Infelizmente, devido a diferenças sobre dinheiro com o UFC, a luta não aconteceu. Além disso, Jon afirmou que ficaria um bom tempo sem lutar, até receber o valor que merecia. Essa situação se estendeu até o dia 17 de agosto quando "Bones", como é apelidado, anunciou que renunciou ao título dos meios-pesados. Ele não disse o motivo, mas deu várias dicas que à subida de categorias seria a razão.


A pergunta que fica é: o que será dos meios-pesados sem Jon Jones? A divisão já sofre há anos com a pouca quantidade de novos talentos. Nos últimos anos, a categoria foi dominada por ex-pesos médios que subiram de peso, veteranos e uma única promessa que é Dominick Reyes. Essa dificuldade é vista nas lutas de Jones desde que ele voltou da suspensão. Enfrentou um decadente Gustafsson, fez uma luta morna e sem sustos contra Anthony Smith, pegou um Thiago Marreta machucado e só teve um combate mais complicado, contra Reyes.


A divisão sofre com uma fase de transição. No final dos anos 2000, ela era um verdadeiro tanque de tubarões. Com lendas como Chuck Liddell, Rampage Jackson, Wanderlei Silva e Maurício Shogun. Além de Lyoto Machida e Rashad Evans, que fizeram seus nomes no UFC. A categoria era tão competitiva que de maio de 2007 a março de 2011 teve cinco campeões e nenhum conseguiu defender o título mais de uma vez.


O problema veio após essa fase. Jones tomou conta da divisão a partir de 2011 e muitas estrelas já estavam numa espiral descendente. Jon derrotou Rampage, Shogun, Machida e Evans, todos após a derrota nunca mais figuraram entre os tops ou, no caso de Machida, mudaram de categoria. Além dos quatro, Forrest Griffin pendurou às luvas em 2012, Wanderlei já havia descido de peso e Liddell estava aposentado desde 2010.


Apesar da aposentadoria e saída de grandes nomes, a categoria ainda possuía lutadores incríveis. Uma nova geração surgiu e deu uma mexida na divisão. Atletas como Ryan Bader, Alexander Gustafsson, Phil Davis e Glover Teixeira, mantiveram o alto nível de competitividade. Somados à futura lenda Daniel Cormier e à máquina de nocautes Anthony Johnson, o UFC tinha pouco o que se preocupar.


A maré começou a virar em 2015. No mesmo ano, Phil Davis foi para o Bellator e a saga de polêmicas de Jon Jones começou com o acidente de carro em que ele fugiu do local. A partir disso, a divisão ficou concentrada em somente quatro atletas: Jones, Cormier, Gustafsson e Johnson. A categoria girava em torno deles e eles participavam nas lutas mais importantes. Ryan Bader saiu do UFC em 2016 e como Davis, foi para o Bellator.


A partir de 2017, a situação piorou bastante. Glover Teixeira já não figurava mais entre os tops da categoria, Anthony Johnson se aposentou, Jones e Cormier continuavam envolvidos na rivalidade e Jon não conseguia se manter fora de polêmicas. Em 2018, após defender o cinturão contra Oezdemir, "DC", apelido de Cormier, conquistou o título dos pesados e meses depois, renunciou dos meios-pesados. Com isso, abriu a porta para volta de "Bones", porém, a divisão já se encontrava em pedaços.

Dominick Reyes e Jan Blachowicz se enfrentam pelo cinturão vago dos meios-pesados no

UFC 253, no final de setembro. Foto: UFC/Divulgação


Agora sem Jones e sem Gustafsson, que após uma breve aposentadoria em 2019, subiu de categoria neste ano, a divisão está desesperada por uma nova estrela. Talvez esse nome seja Dominick Reyes, o homem que para muitas pessoas derrotou Jon Jones no início do ano. Para isso, Reyes terá que triunfar sobre Jan Blachowicz no UFC 253, no final de setembro, e se tornar o novo campeão. O jovem parece ser o mais especial entre os atletas atuais do peso, porém uma batata quente com o cinturão nos próximos anos não é impossível.


Esse não é o fim da categoria no UFC. Depois de todos os motivos listados para essa queda de nível, faltou o principal. O patamar da divisão foi colocado tão alto por caras como Jones e Cormier, que os fãs não se acostumaram ao verem lutadores "normais" como os futuros donos do peso. No entanto, sempre tem um futuro. Sempre vai aparecer uma nova estrela. Pode não alcançar a grandeza dos antecessores, mas vai sacudir o esporte. Para falar a verdade, um futuro sem Jon Jones parece mais interessante do que muitos imaginam.

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