Desde o ano de 2007, o UFC se encontra sozinho, por uma longa distância, no topo do mundo do MMA. A compra do principal rival, a organização japonesa PRIDE, mostrou o poder que a empresa possuía no esporte. Desde então, vários competidores surgiram, mas ninguém chegou ao nível da maior companhia.
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O cage da PFL durante os Playoffs de 2023. Foto: Getty Images
Então por quê o título deste texto é um questionamento sobre o possível fim da dominância do UFC? Depois de anos parece que existe uma outra organização com um poderio financeiro que atrai os grandes nomes do esporte somado a um plantel de lutadores de alto nível. Ironicamente, essa empresa alcançou tal patamar de ser chamada de rival do UFC por utilizar uma estratégia que o gigante do MMA fez inúmeras vezes: a aquisição de outras companhias.
Depois da compra do PRIDE em 2007, o UFC adquiriu o WEC e o Strikeforce em 2007 e 2011, respectivamente. O último era considerado a segunda maior companhia naquele momento. Junto com o fim de empresas concorrentes, o UFC aproveitou o plantel que veio delas. Muitos desses atletas se tornaram campeões e estrelas na organização.
Desde então, o mundo do MMA viu o surgimento de organizações que alcançaram sucesso, mas nem perto do nível do UFC. ONE domina o mercado asiático, mas atualmente se vê focado mais no Muay Thai e o Rizin sofre com a atual baixa popularidade do MMA japonês. Nos Estados Unidos, é onde situam os dois componentes do novo rival do UFC.
Por anos, o Bellator brigou para chegar ao patamar do UFC. Durante sua existência, a organização deu visibilidades a grandes talentos, mas ao mesmo tempo, sofreu com escolhas equivocadas. Infelizmente, esses erros levaram a empresa a ser colocada à venda no início deste ano. Com isso, diversos rumores apareceram sobre quem seria o comprador e o que aconteceria com todo o talento que o Bellator possui.
A Arábia Saudita até o próprio UFC circularam como possíveis compradores. Porém, semana passada descobrimos que a empresa adquirente já estava por trás de movimentações importantes no primeiro semestre do ano. A PFL (Professional Fighters League) criou terremotos no esporte quando assinaram com Francis Ngannou, o melhor peso pesado do planeta. Além disso, a contratação do boxeador e influencer Jake Paul também chamou muita atenção.
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A brasileira Cris Cyborg é uma das lutadores que fará parte do evento entre campeões do Bellator e PFL. Foto: Bellator MMA
Antigamente conhecida como WSOF (World Series Of Fighting), a organização foi o local onde surgiram alguns lutadores que fazem sucesso atualmente, como Justin Gaethje. Em 2018, a empresa foi totalmente reestruturada e começou a ser chamada de PFL, escolhendo utilizar um formato de liga com pontos e para finalizar, playoffs entre os maiores pontuadores. Cada ano, teríamos uma temporada regular e uma eliminatória, com isso no final do calendário, teríamos um vencedor do torneio, que levaria um milhão de dólares para casa.
Por mais que o formato trouxesse uma sensação de novidade e mistério, ele simplesmente não fez tanto sucesso entre o público. Principalmente, o fato das divisões não terem um campeão linear e sim, um da temporada. Por isso, a PFL não conseguiu chamar atenção até este ano quando começaram com um complexo plano de expansão da marca pelo planeta. Já podemos ver isso com a existência da PFL Europa, que é separada dos eventos americanos.
Além disso, o fundo esportivo da Arábia Saudita comprou uma parte da empresa, o que é outra amostra do crescimento e dos planos ousados que a PFL pode ter nos próximos anos. Com a aquisição do Bellator, a organização já anunciou um mega evento em 2024 que colocaria os campeões da finada organização contra os da PFL.
Além disso, o Bellator continuaria a existir como uma das cinco "ligas" da PFL. Ele começará a ser chamado de Bellator International Champions Series, se somando a PFL League Season, PFL PPV Super Fights, PFL Challenger Series e a PFL International Leagues. Todas essas novidades só aumentam a sensação que o UFC pode ter um forte competidor.
Entretanto, é mais fácil na teoria do que na realidade. É difícil competir com uma organização que, às vezes, é utilizada como o próprio nome da modalidade. Por isso, a PFL tem um longo caminho para chegar nesse nível e eu acho que a primeira coisa a se fazer é largar o formato atual. Ele é muito complicado e o público geral se interessa mais em ter um campeão no topo da divisão sempre.
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O campeão do Bellator, Patrício Pitbull, numa encarada com o campeão da PFL, Jesus Pinedo. Foto: Instagram / PFL
Talvez a PFL possa ser um sucesso e ser a principal rival do UFC desde o PRIDE. Ou a teimosia em mudar e os planos complexos de expansão e diferentes ligas podem atrapalhar a organização. Mas uma coisa não se pode negar, a empresa trouxe animação para o mundo do MMA depois de anos. O público se pergunta e se interessa sobre o que está por vir. Só com isso, eles já ganharam e conseguiram dar uma mexida na hierarquia do esporte.
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