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Entre fins e recomeços

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

Depois de quase quatro anos longe do Rio de Janeiro e quase três longe do Brasil, o UFC retornou à terra do Jiu-Jitsu no começo de uma nova etapa da organização no país. O UFC 283 realizado na Jeunesse Arena no último dia 21 de janeiro trouxe uma mistura de decepção, orgulho e esperança para o futuro do MMA brasileiro.


Pôster de anúncio da volta do UFC ao Rio de Janeiro. Foto: Instagram / UFC


Para mim, foi o retorno a um dos locais que me deixam mais feliz no mundo. Esse foi o nono evento de UFC da minha vida. Como qualquer outro amante do esporte, eu estava com saudade de sentir a vibração e reação da torcida, o barulho dos golpes ao vivo, ver Bruce Buffer anunciar tão pertinho, etc. São poucas as situações que me deixam tão empolgado e com as emoções à flor da pele quanto estar presente numa noite de lutas de MMA.


Então, o dia 21 de janeiro de 2023 foi uma data importantíssima para mim e para o UFC no Brasil. Para mim, eu admito que durante a pandemia eu tive momentos de distanciamento com o esporte. O grande número de eventos somados com a falta do público drenaram a minha empolgação e animação de acompanhar o MMA a todo momento. Eu não perdi o amor que sinto e muito menos, perdi o meu sonho de me tornar um jornalista sobre a modalidade, mas dei um tempo nessa relação.


Sentar na cadeira pouco confortável da Jeunesse Arena, escutar os gritos de "porrada nele" e as diversas reações da torcida, que às vezes discordo, reacendeu a chama que eu sempre tive pelo esporte. Pode não ter sido o melhor evento que já fui, mas foi o que eu redescobri e afirmei o meu sonho de trabalhar com essa modalidade que já fez tanto por mim. O MMA foi o meu melhor amigo por muitos anos da minha vida e me deu forças em muitos momentos que sentia que não tinha mais nenhuma. O UFC 283 ficará marcado como o dia em que prometi a mim mesmo nunca desistir do meu sonho.


Para o UFC, o UFC 283 foi o momento para se reerguer no cenário brasileiro. Não é que o esporte não tenha uma boa popularidade no Brasil, pelo contrário, está no top-5 de modalidades mais populares do país, mas a organização quer atingir as alturas que chegou entre os anos de 2011 e 2016.


É um desejo que irá acontecer? Provavelmente não. Até porque a febre que foi o MMA no início da última década é algo que acredito que nunca irá acontecer novamente. Entretanto, é possível ter um crescimento novamente e voltar a ter o interesse do público brasileiro fora do nicho do esporte.


Brandon Moreno recebe o cinturão e comemora vitória sobre Deiveson Figueiredo no UFC 283. Foto: Buda Mendes / Zuffa LLC


Porém, serão muitos desafios para alcançar esse nível. Principalmente depois do fim do contrato com a Globo. Por mais que a Band também seja um canal de televisão que consegue ter uma boa audiência, nem se compara com a importância que a Rede Globo dava para o UFC, com foco na própria plataforma para o MMA, o Combate.


Com essa mudança, outro desafio será o surgimento de novos ídolos para atrair mais o público. O UFC 283 sofreu com a baixa visibilidade também por causa da falta de estrelas no evento, por mais que tenham tido duas disputas de cinturão. Por isso, o UFC, junto com a Band, terão que criar estratégias para aumentar o interesse na nova geração de lutadores. O que ajuda é o sucesso que os brasileiros estão tendo. No momento, o país tem três cinturões.


O sucesso brasileiro irá atrair o público de fora da bolha, como foi visto na geração de ouro. Quando os ídolos começaram a se aposentar e o Brasil parou de ter campeões, a audiência diminuiu aos poucos. No próprio UFC 283 teve um grande exemplo dessa questão. Por mais que a noite tenha sido de sucesso para os lutadores brasileiros, ela terminou com as derrotas de Deiveson Figueiredo e Glover Teixeira, o que deixou uma decepção e um gosto amargo na torcida presente na arena.


Infelizmente, a frustração da torcida foi tanta que após a luta enquanto Glover Teixeira anunciava a sua aposentadoria, a arena estava praticamente vazia. Um momento que era pra ser de reverência e aplausos pela grande carreira que Glover teve, se tornou numa tristeza e vergonha em ver uma lenda ignorada e deixada de lado por quem deveria reverenciá-la.


Por mais que a noite tenha tido um final decepcionante, o futuro é promissor para o Brasil continuar a mostrar a sua força. Quando esse futuro chegar, eu estarei lá. Pronto para sentir as emoções que só esse esporte me proporciona. Junto com as emoções, virão os textos que são uma forma de me expressar sobre o orgulho que sinto de ser mais um apaixonado por MMA.


Jamahal Hill conquista o título do UFC, enquanto Glover Teixeira retira as luvas para se aposentar. Foto: Buda Mendes / Zuffa LLC


Por fim, o UFC 283 trouxe esperança para o surgimento de uma nova era de ouro do MMA brasileiro. Além disso, ele foi muito simbólico nesse sentido. O evento, que foi tratado como o recomeço, viu a aposentadoria das últimas duas grandes lendas da geração passada: Maurício Shogun e Glover Teixeira. No fim, foi uma passada de bastão para os mais jovens puxarem a responsabilidade e fazerem o coração do público brasileiro bater mais forte com o MMA novamente.




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