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'El Diamante'

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

Atualizado: 9 de abr. de 2024

Dustin Poirier acerta Benoit Saint Denis no UFC 299, no último sábado. Foto: Chris Unger/Zuffa LLC via Getty Images


No último sábado, dia 9 de março, presenciamos uma lenda do esporte aceitando um desafio contra um adversário mais novo só para mostrar a todos que seus dias nos confrontos de alto nível ainda não acabaram. Depois de vê-lo nocautear Benoit Saint Denis, afirmo que Dustin Poirier, com certeza, entrará nas listas dos melhores lutadores que não conquistaram um cinturão linear no final de sua carreira.


Quando o combate contra Saint Denis foi anunciado, todos ficaram surpresos com a escolha de Poirier de lutar contra um adversário fora do top-10. Aliás, não é algo comum ver um lutador que está acostumado a lutar contra os melhores oponentes nos últimos anos, aceitar enfrentar uma promessa e possivelmente ser feito de escada.


Além disso, a reação do público foi depreciar Poirier e vê-lo como decadente, antes mesmo da luta. Era algo comum ver comentários afirmando que seria o começo do fim para Dustin. Ele chegou a ser o azarão, por mais que fosse muito mais experiente que o adversário. Toda essa narrativa, somada a como o combate se desenvolveu, deixou a vitória com um gostinho melhor para o americano.


Como era de se esperar, Saint Denis começou o primeiro round com uma pressão constante e procurando quedar Poirier. Infelizmente, o americano continuou a demonstrar um erro que comete constantemente nas lutas que é pular na tentativa de guilhotina e acabar por baixo. Isso fez com que o francês controlasse o round e chegasse perto de finalizar o combate com um mata-leão. Porém, mesmo com toda a pressão da jovem promessa, Dustin mostrou a sua diferença para lutadores comuns ao derrubar BSD (apelido de Saint Denis) com um soco e aproveitar a chance para nocauteá-lo com um cruzado de direita.


O Clube dos Cinco

Encarada entre Dustin Poirier e Justin Gaethje, dois lutadores que estão há anos no Top-5 do peso leve do UFC. Foto: UFC/ZUFFA LLC


Decidi fazer uma referência ao clássico filme de John Hughes para citar a famosa hierarquia da divisão dos leves do UFC, só para ser uma maneira divertida de se ver a decisão de Dustin Poirier de lutar contra alguém fora do Top-10 da categoria. Nos últimos anos, o peso leve foi a casa de um grande nível de estrelas e atletas fora de série. Nomes como Justin Gaethje, Khabib Nurmagomedov, Charles do Bronx, Islam Makhachev, etc.


Por anos, o Top-5 da categoria ficou conhecido como uma panela entre os fãs pois parecia que sempre se enfrentavam e evitavam lutar contra alguém fora do topo. Então, por muito tempo, houve uma reclamação do público e do resto da divisão da pouca quantidade de oportunidades para novos lutadores alcançarem o Top-5.


Então imagina a surpresa de todos quando Dustin Poirier, um ex-campeão interino e desafiante do cinturão linear, luta contra alguém fora do Top-10? O anúncio fez estrondos pela comunidade de MMA e deu esperança que uma nova safra de lutadores estava por chegar. Para muitos, o domínio da panela do Top-5 parecia chegar ao fim.


Só esqueceram que a panela tem muita lenha para queimar ainda. Poirier provou o merecimento do seu lugar ao nocautear Saint Denis, assim como Gaethje e Charles provaram ao derrotarem Fiziev e Dariush, respectivamente. No final das contas, parece inevitável ter sempre os mesmos nomes no topo.


O legado está sacramentado?

Dustin Poirier acerta um cruzado de direita em Benoit Saint Denis. Foto: Chris Unger/Zuffa LLC via Getty Images


Enfim, depois do nocautaço aplicado no sábado, qual seria o legado de Dustin Poirier? Ele está no topo da sua divisão há quase dez anos e enfrentou todos os maiores nomes possíveis, mas parece que na hora de conquistar o cinturão, nunca é o momento. Já foram duas oportunidades desperdiçadas, é difícil imaginar uma terceira tendo sucesso contra o dominante campeão, Islam Makhachev.


Então como o público se lembrará de Poirier? Como um dos lutadores mais divertidos de se assistir da história ou como aquele que nunca chegou no alto da montanha? Esse questionamento sempre será difícil de responder, pois vai da imagem que o americano tem para cada fã.


O que torna mais complicado é que ambas as afirmações estão corretas. Dustin Poirier provavelmente está na galeria dos lutadores que são impossíveis de terem uma luta chata ou monótona. Porém, ele também desperdiçou as duas chances que teve pelo título e para isso, não importa quanto entretenimento ele traz.


Agora, cabe a Dustin Poirier definir qual legado ele quer deixar para o esporte. Para isso, ele precisa relembrar a todos a cada luta quem ele é e do que é capaz. Além disso, para esse legado ser sacramentado, é necessário saber a hora de parar para não manchá-lo. Então, está nas mãos de Poirier por mais quanto tempo o "diamante" será lapidado.

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