Conor McGregor e a criação de um monstro

Conor McGregor é o maior astro da história do MMA, com recordes que dificilmente serão quebrados. Todas as lutas que o envolvem fazem números impressionantes. Então não é nenhuma surpresa que o UFC trata o falastrão como a galinha dos ovos de ouro. O problema desse tratamento especial é o ego do irlandês.

Foto: Reprodução

McGregor, que já possuía o ego inflado desde que entrou no UFC, adquiriu um poder que nenhum lutador deveria ter. Ele já chegou a pedir uma porcentagem da organização e inúmeras vezes já afirmou que manda no UFC. Por mais que o irlandês tenha vendido as lutas e feito números que nenhum outro lutador jamais tenha feito, ele é um empregado da companhia e só.

O sucesso lhe subiu a cabeça. McGregor sente que é intocável e para os fãs e a mídia do esporte, isso parece ser verdade. Não importa quantas vezes ele se meta em problemas, e já foram vários, como o incidente do ônibus, no qual ele e companheiros de equipe atacaram o automóvel que Khabib Nurmagomedov, campeão peso leve, estava dentro, e os casos de agressão fora do octógono, um desses em um idoso.

Mesmo depois de todos os episódios com a polícia, ele conseguiu as lutas que queria. Lutou pelo cinturão contra Nurmagomedov após ser preso pelo incidente do ônibus e o UFC ainda usou as imagens do ataque para vender a luta. A organização até tornou a marca de uísque do irlandês um dos patrocinadores do UFC 229 e de todos eventos em que ele lutar. Com isso, McGregor percebe que possui um poder sobre a companhia e as decisões que tomarem.

Tem sido cada vez mais comum Conor atacar de matchmaker e querer marcar lutas que ele nem deveria ser cogitado para ser envolvido. O pior de tudo é que ele sempre consegue o que quer. Esse post não foi escrito para massacrar McGregor. É um grande lutador e conquistou todos os títulos da carreira de maneira espetacular, mas isso não quer dizer que é proibido criticar o favorecimento que recebeu durante a jornada.

Ao relembrar o caminho do irlandês pela categoria dos penas entre os anos de 2013 e 2015, é possível perceber que todos os adversários eram jogos perfeitos para o falastrão. Todos strikers (favorecem a luta em pé) que não tentariam o derrubar. O favorecimento era claro, mas do mesmo jeito ele passou por todos esses lutadores com performances incríveis. Quando ele enfrentou um wrestler, foi um cansado Chad Mendes, que aceitou a luta com duas semanas para o evento.

Depois dos penas, tem McGregor e a categoria dos leves. É difícil acreditar que ele tenha tanta relevância mesmo com somente duas lutas na categoria. Conor sempre consegue se inserir na conversa sobre quem deve lutar pelo cinturão. A última estratégia dele foi posts no twitter, nos quais ele dizia quais eram as próximas lutas entre os lutadores no topo do ranking do peso-leve. Uma tentativa para conseguir uma luta com o novo campeão interino da categoria, Justin Gaethje.

McGregor garante que sua próxima luta é contra Justin Gaethje. Foto: Twitter

É justo que um lutador que mal lutou na categoria e vem de vitória em outro peso, lute pelo cinturão dos leves? O que falar para os outros atletas, que constantemente vêem o irlandês furar a fila ao mesmo tempo que não paga por todos os erros que já cometeu? McGregor é um incrível artista marcial, alguém que merece todo dinheiro e fama pelas suas conquistas, mas também merece ser punido por infrações. O UFC precisa agir, porque o monstro está grande demais pra ser controlado.