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100, 200 e 300: A representação de cada um dos eventos históricos

Foto do escritor: Rafael FernandezRafael Fernandez

Atualizado: 13 de jun. de 2024

Lutas principais do UFC 300 no próximo sábado, dia 13 de abril. Foto: UFC


Depois de meses de especulação e hype, finalmente chegou a semana do UFC 300. Prometido pelo presidente do UFC, Dana White, para ser o maior evento da história da organização, o card sofreu com reclamações e incertezas por parte dos fãs. O público entende que os lutadores que se apresentarão no próximo sábado, dia 13 de abril, não possuem a grandeza daqueles que participaram dos UFC 100 e UFC 200.


Por mais que o UFC 300 tenha o maior número de campeões e ex-campeões num mesmo card, para muitos o evento não possui aquele sentimento de um marco histórico como foi sentido nos outros "centenários". Para mim, esse sentimento não tem relação com o card em si, mas vem do momento em que a organização se encontra.


Não é de hoje que vejo muitos colegas, amigos e conhecidos falando que perderam a paixão que sentiam pelo MMA e a principal causa disso vem do distanciamento que foi criado entre o UFC e os fãs nos últimos anos. Ao refletir sobre o assunto, decidi analisar e escrever a respeito do que cada um dos eventos centenários da organização representou para o esporte e para a marca.


Cada um dos três aconteceram ou, no caso do UFC 300, vão acontecer, em momentos muito específicos vividos pelo esporte. O assunto que aproxima o que representa cada um é o que o MMA e, mais especificamente, o UFC buscavam alcançar em relação a visão da grande mídia e do público esportivo em geral.


A Chegada e a Consolidação

O famoso octógono amarelo do UFC 200. Foto: Josh Hedges / Zuffa LLC


Vamos rebobinar e voltar para julho de 2009. No dia 11, o UFC 100 aconteceu diretamente de Las Vegas e boa parte da divulgação do evento foi focada na frase "fazendo história". Se pudermos resumir, foi com esse card que o UFC anunciou a sua chegada para ser uma das principais organizações de esportes do mundo.


O UFC 100 foi um marco principalmente por tudo que a organização passou para chegar até ali. As diversas vezes que quase faliu, a venda para Zuffa em 2001 e o momento que a maré virou em 2005. Com isso, o UFC utilizou do evento como uma apresentação para o público casual e escalou suas duas maiores estrelas da época, Brock Lesnar e Georges St-Pierre, para ilustrar a magnitude da ocasião. O resultado foi um recorde em vendas de pay-per-view com 1,6 milhão, algo que só seria superado em 2016, com o UFC 202.


Aproveitando que 2016 apareceu no assunto, foi nele que ocorreu o UFC 200. Se o UFC 100 foi a chegada do MMA para o "mainstream", podemos chamar este de consolidação de um esporte midiático. O ano de 2016 viu o UFC firmar a sua posição na lista de maiores organizações esportivas do mundo, quebrar recordes de arrecadação e ser vendido por 4 bilhões de dólares. A mistura de um plantel lendário de estrelas e eventos incríveis fez com que a marca explodisse ainda mais pelo mundo.


O UFC 200 foi uma celebração disso tudo. O último evento da Zuffa como dona e o começo de uma nova era. Por mais que o card tenha sofrido com mudanças e tenha acabado não entretendo o público tanto quanto outros eventos naquele ano, ele ainda serviu para dar início à época mais lucrativa da organização.


O que o UFC 300 significa?

A revanche entre Brock Lesnar e Frank Mir foi a luta principal do UFC 100. Foto: UFC


Se os outros dois eventos centenários representavam uma determinada era e da relação do UFC com o público esportivo em geral, o que será que o UFC 300 demonstra sobre o momento atual? Como citei anteriormente, conheço muitas pessoas que sentem um distanciamento entre a organização e os fãs. Isso pode ser explicado pelo fato da companhia tentar cada vez mais se parecer com as outras grandes ligas esportivas americanas.


Os principais motivos citados para esse sentimento de distanciamento são o foco da organização em quantidade acima de qualidade e o grande número de eventos que acontecem no Apex, uma arena própria do UFC. O público sente que a qualidade das lutas está muito abaixo nos dias atuais e não se importa em perder a maioria dos cards.


Por exemplo, entre o UFC 299 e o UFC 300, aconteceram quatro eventos Fight Nights. Eu vou ser sincero e admitir que não vi nenhum ao vivo, simplesmente por sentir que os cards não tinham nenhum peso. Isso somado à atmosfera inexistente do Apex, que deixa uma sensação mais vazia do que a própria arena. Esse distanciamento entre o que o UFC vende e o que o público quer, faz com que menos estrelas surjam, pois só um público bem nichado acompanhará todos os eventos.


Se o UFC 100 e o UFC 200 representaram momentos positivos para o MMA e para o UFC, o UFC 300 infelizmente mostra a desconexão existente no esporte no momento. Novamente, o card do próximo sábado está incrível, mas é impossível negar que a organização caminha para um estilo de negócio que não é o melhor. A única coisa que resta a fazer é torcer para as lutas nos entreterem e os lutadores realizarem um show para os fãs.

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